Conhecer os cuidados ao contratar um financiamento com construtora pode evitar estresse e dores de cabeça mais à frente, permitindo que o seu negócio seja feito da melhor maneira possível.
Dizemos isso porque alguns compradores podem se enganar pelas condições facilitadas que as construtoras aparentemente oferecem. É comum o interessado não prestar atenção em como pagará o imóvel ao longo do tempo, já que os juros são altos e vão se acumulando.
Se você quer entender mais sobre esse assunto, continue lendo e se conscientize com as oito dicas a seguir.
1. Confira as taxas cobradas no contrato
Diante da crise econômica e o alto desemprego, muitas pessoas têm se sentido inseguras para firmar investimentos de alto custo, como a compra de um imóvel, mesmo que o mercado imobiliário esteja começando a reagir a esse cenário.
Números do Sindicato da Habitação de São Paulo (Secovi/SP) mostram que o setor recuou por três anos consecutivos na maior metrópole do país e só começou a melhorar a partir do segundo semestre de 2017, quando cresceu 46,1% mais que no mesmo período de 2016.
Por mais que esses avanços contribuam para um reaquecimento do mercado, ainda não são suficientes para que mais pessoas possam investir nesse tipo de aquisição diante das adversidades pelas quais o país passa.
Por essa razão, as condições facilitadas apresentadas no contrato de financiamento das construtoras costumam encantar muita gente que não coloca os pés no chão para verificar as taxas cobradas e o quanto elas poderão comprometer a sua renda.
Para ter uma ideia, no financiamento oferecido por bancos, os juros anuais costumam ficar em torno de 12%. No modelo oferecido pelas construtoras, eles podem chegar a 27%, já que são acrescidos do Índice Geral de Preços do Mercado (IGPM), além da atualização da tabela Price. No fim, esse somatório pode ser bastante difícil de bancar, pois aumenta consideravelmente o valor do imóvel. Pense nisso.
2. Calcule os juros
Conforme dissemos no fim do tópico anterior, os juros a serem pagos em um financiamento direto com a construtora podem ser bastante onerosos. Antes mesmo de pensar em comprar o imóvel, peça para ver o contrato e leia com calma o trecho que estipula a cobrança de taxas e juros.
Se necessário, não hesite em procurar um corretor ou, até mesmo, um advogado que possa esclarecer determinados pontos. Contando com gente especializada, você ficará mais seguro e descobrirá se o acordo vale a pena ou não.
Uma vez que o poder de compra também tem decrescido bastante no atual cenário econômico, é importante que você considere de forma pragmática como fará para arcar com os custos gerados pelos juros em uma negociação desse tipo.
Agindo com cautela e sabedoria, será possível evitar alguns problemas mais à frente, como endividamento ou, até mesmo, rescisão do contrato de um imóvel que poderá estar hipotecado e ser rapidamente reavido pela construtora. Não seja displicente quanto a isso.
3. Confira informações e prazos da entrega do imóvel
Para as construtoras, as coisas também não têm sido fáceis e essa oferta por crédito é uma maneira de o negócio se manter ativo no mercado. Por causa disso, os prazos de pagamento costumam ser maiores e as condições são facilitadas justamente para que tenham caixa para tocar a obra até o fim e entregar o que prometeram aos clientes. Os juros têm um papel igualmente importante nesse processo, por isso, destacamos esse ponto no tópico anterior.
Sabendo disso, você deve conferir as informações a respeito de prazos e as condições da entrega do imóvel. Analisar se a construtora é respeitada no mercado se torna imprescindível, já que muitas recebem reclamações recorrentes sobre esses aspectos.
Hoje, com a internet, não é difícil fazer esse trabalho de “detetive”, e é importante que você tome essa atitude a fim de negociar com mais tranquilidade.
4. Não se iluda com as condições ofertadas
A essa altura já deve estar bem claro, mas vale destacar um ponto, caso você ainda não o tenha constatado: não se iluda com as condições ofertadas no financiamento direto com a construtora.
Como você pode notar, são muitas as razões para que elas disponibilizem algumas facilidades. Então, se você não tiver cuidado com o contrato, poderá “meter os pés pelas mãos”, endividar-se ou, até mesmo, perder o imóvel desnecessariamente.
Na crise, todos têm buscado formas de superar os obstáculos, e as condições oferecidas pelas construtoras são justamente uma maneira de conseguir isso. Portanto, você também deve cuidar de seus interesses e não se deslumbrar com o que parece bom. Fique atento a todos os pontos que levantamos até agora neste post.
5. Considere o seu momento financeiro atual
Se existe uma lição em tudo que estamos tentando explicar, ela é: tenha os pés no chão! Se julgar que aquele imóvel realmente vale a pena e quiser arcar com o financiamento direto com a construtora, veja se é possível dar uma entrada maior e, assim, livrar-se do acúmulo de juros que ocorre com o pagamento em longo prazo.
Considere também a sua ocupação atual, se é estável ou não, se existe alguma chance real de aumento de remuneração ou crescimento profissional em curto prazo. Tudo isso contará no momento de pagar o financiamento.
Outra dica importante é não comprometer mais que 30% da sua renda com o pagamento das prestações. Nesse cálculo devem estar incluídos os juros, pois, como já dissemos aqui, várias vezes eles serão determinantes para definir a sua capacidade de arcar com esse compromisso financeiro.
6. Lembre-se das taxas e despesas extras
Ao comprar um imóvel, muitas pessoas observam apenas o valor de venda, esquecendo que outras taxas estarão envolvidas no processo e podem comprometer a sua renda.
Além das parcelas e juros do financiamento, também há as taxas da documentação dos imóveis, tais como as cobranças de tabelionato, isto é, aquelas que devem ser pagas por serviços nos cartórios. Dentre elas, podemos citar a taxa de registro do imóvel e a de escritura.
Esses gastos extras podem representar de 4% a 7% do valor de venda do imóvel. Por isso, é preciso contar com eles e se preparar financeiramente para desembolsar esses valores.
Outra quantia que precisa ser considerada é o ITBI (Imposto sobre Transferência de Bens Imóveis), cobrado toda vez que um imóvel é vendido, seja ele novo, seja de um proprietário anterior.
Fora isso, é preciso levar em consideração os principais gastos recorrentes que você terá ao adquirir o imóvel, tais como IPTU e condomínio. Apesar de não serem quantias pagas no momento da compra, os valores mensais são significativos. Por isso, você deve calcular e ter certeza de que conseguirá arcar com eles sem se comprometer financeiramente.
7. Entenda seus gastos e organize-os em planilhas
Organizar-se financeiramente é um hábito que deve ser adquirido não só para comprar um imóvel, mas também para ter um controle mensal durante a vida toda. Para isso, é importante ter uma planilha com a finalidade de registrar suas receitas e despesas mensais.
Você pode fazer isso utilizando plataformas simples como Excel ou Google Sheets, em que conseguirá documentar suas despesas e organizar-se para arcar com elas, economizar dinheiro, poupar e investir.
Ter um planejamento financeiro é fundamental na hora de financiar um imóvel direto com a construtora, afinal, trata-se de uma parcela mensal que vai comprometer parte da sua renda. Ao anotar tudo na planilha, você conseguirá ver com clareza quais gastos são supérfluos e podem ser cortados para tornar esse período mais tranquilo.
A grande vantagem de criar sua própria planilha é poder personalizá-la, separando os gastos por cartão de crédito ou setor (despesas com a casa, o carro, lazer etc.). Entretanto, se você não sentir que tem habilidade para criar sua própria planilha, é possível recorrer às ferramentas prontas para download disponíveis na internet. Outra opção são os aplicativos de controle financeiro, que serão abordados no próximo tópico.
8. Utilize aplicativos para controlar as finanças
Os aplicativos para celular já são parte do nosso dia a dia para nos atualizar nas redes sociais, organizar as tarefas diárias, pedir comida em casa, realizar transações bancárias e diversas outras atividades. Então, por que não utilizá-los também para organizar sua vida financeira?
Uma boa opção para isso é o app Mobills, que está entre os mais bem avaliados e baixados no Brasil. Esse aplicativo utiliza a geolocalização para organizar as despesas de forma que você consiga entender em quais lugares mais gasta.
Além disso, você poderá adicionar suas despesas mensais, cartões de crédito e, até mesmo, as parcelas do financiamento do imóvel. Também é possível anexar documentos em PDF e Excel para ter tudo em um lugar só e facilitar ainda mais a organização.
Outras alternativas são os aplicativos Spendee e Guiabolso. O primeiro tem um design mais prático e intuitivo, além de possibilitar a integração com suas contas bancárias. Ele também permite classificar suas despesas segundo categorias (filtros) para deixar a visualização ainda mais fácil.
Já o Guiabolso é um app que se integra tanto com contas bancárias como com cartões de crédito, permitindo concentrar toda a sua vida financeira e mantê-la organizada nessa única plataforma. Nela, você consegue, inclusive, comparar taxas de empréstimos bancários e financiamentos de imóveis, e contratar direto pelo aplicativo.
Lembre-se de que a compra de um imóvel é um investimento de alto custo e você não pode ser displicente com as condições de negociação apresentadas. Não aja por impulso e tampouco se apegue a um ponto específico do financiamento que pareça vantajoso.
Tome tempo para analisar o contrato, a entrega da obra e as características do imóvel, como acabamento, localização, segurança e tantos outros quesitos indispensáveis para uma boa aquisição. Se você tiver esse cuidado ao fazer um financiamento com construtora, certamente se beneficiará no momento de tomar essa decisão importante em sua vida.
Gostou de conhecer os cuidados para contratar um financiamento direto com a construtora? Se ainda quiser esclarecer alguma dúvida, deixe o seu comentário nesse post! Será um prazer ajudar você a dar esse passo de uma forma segura e proveitosa.